Algumas experiências são marcantes na minha vida. Várias coisas boas aconteceram comigo, mas aos poucos vcs saberão. Uma delas foi o nascimento do meu filho. No dia 20/06/98, às 06:10, nasceu um menino muito fofinho, pesando 3,450kg, com 52cm.
Estava em casa descansando, me revirando na cama, Pedro já dava sinais de que queria sair da barriga, ela não parava de mexer, fui ao banheiro. Quando olhei pra minha bermuda, era sangue puro. Desespero... pq nunca tinha visto uma mulher em trabalho de parto e em filmes sempre sai a tal famosa água. Pensei logo, pronto, algo de errado está acontecendo comigo. Chamei minha mãe no quarto, ela deu um pulo da cama com meu tio (pai, forma carinhosa de chamar uma pessoa que me criou), seguimos para o hospital mais próximo. E o que mais me preocupou, foi saber que pelos cálculos da médica, ele nasceria dia 28 de junho.
Ao chegar na maternidade, um senhor me deu bom dia, isso às cinco e pouca da manhã. Entrei na sala da médica, vi uma plaquinha dizendo: pré- parto. Imaginei, é aki que vou dar uma passada daki a pouco. A médica verificou minha pressão e ela estava altíssima, sem passagem para o neném e com a placenta descolando. Por isso que estava saindo sangue. Sufocando a criança... em questão de minutos, ele poderia morrer e eu tb.
A médica chamou minha mãe num canto e falou com ela todos os riscos que estava enfrentando. Colocou uma roupinha ridícula em mim, toda verde, com direito a sapatilhas combinando com o modelito e uma touca que parecia de banho. Conversando normalmente comigo, me encontrei num corredor, ao virar para a direita, dei de cara com uma sala de cirurgia. Fiquei encantada com tanta luz. O pior ainda estava por vir... ao tentar deitar na mesa de cirurgia, plaft, quase capotei. E a idiota da enfermeira, me dando esporro, mandando ter cuidado pra não cair. Ora será que ela não viu que era um tombo? Besta!!! A tal idiota mandou me virar e ficar em uma posição nada confortável, estava perdendo o ar. Quando olhei, pq eu tinha que olhar, curiosa que só, vi uma agulha do tamanho de um bonde, fiquei mais nervosa ainda. Quando senti a agulha espetando minhas costas, pô era na coluna, dei um pulo. A besta da enfermeira, me deu mais um esporro, mandando ficar quieta, colocou mais uma dose na seringa e veio, pooolll, mais um pulo. Outro esporro, rs... ah não aguentei e dei logo um grito. Queria ver se fosse nas costas dela, se não ia pular tb. Desgraçadaaaa!!!
Em instantes, não sentia mais minhas pernas, senti um tremor, era o corte que fizeram na barriga... aiii meu Deus! Era só em Deus que pensava nakele momento. Tb pq na época que ele nasceu, era moda raptar crianças em hospitais. O pai, falava assim: - ele pode ser igual a vc, menos o nariz... digasse de passagem que meu nariz é uma batatinha...rs Tb não gosto dele... enfim, isso ficou gravado na mente. Tinha que ter uma forma de olhar para o Pedro e gravar exatamente como ele era, em segundos.
Durante a operação, vinha uma droga de um pagode (odeio), o tal de feliz aniversário meu amor.... aiiiiii, que ódio, numa data tão especial, era só essa fdp que vinha na cabeça. Fiquei cantarolando até poder ter o primeiro encontro com meu filho. Quando ele saiu da minha barriga, senti, me emocionei, ao olhar para ele, fiz uma foto dele em mim... Pedro já nasceu com fome!!! aff !!! Chupando o dedão com tanta força, que não teve como não rir. O hamburguinho nasceu, como chamava carinhosamente meu eterno amigo Bruno (in memorian). Com os cabelos de lado, repartidos e td, achei o maior barato, Pedro nasceu no estilo. Todo arrumadinho, que fofo! Reparando meu filho de ponta a cabeça, tinha que ter algo nele que me chamasse a atenção, advinha o q foi? O nariz!!! É Pedro nasceu com o nariz igual da mamãe, rs. Mais um motivo de risos. E o pior, quando a mulher tem filhos sem ser em parto normal, não pode rir. Era o que eu mais fazia... ria, ria, ria...
Puuummmmm, apaguei, não vi mais Pedro ao meu lado. Saindo da sala de cirurgia, minha mãe ainda veio e falou comigo. A única coisa que tive força pra falar foi: - mãe, não tire os olhos do meu filho! Segui para o quarto, apagada, acordei no dia seguinte, sem forças ainda para andar, nem levantava as pernas. Achei até que não ia andar nunca mais... rs, idiota! Entra uma enfermeira e um carrinho na cor azul... quem era? Pedro! Parecia um pacotinho, todo embrulhado, na primeira roupinha que comprei pra ele. Lindo! Com as bochechas vermelhinhas, cabelinhos de lado, cheio de fome...rs.
Era hora da visita, Tia Maria Helena foi a primeira pessoa a troca-lo. Tia Rosana veio me perguntar se era realmente esse nome que queria deixar no menino, pq tenho um primo com esse nome, mas o menino era terrível. Por isso que ela me perguntou tal coisa. Minha mãe pelos corredores do hospital, onde levavam Pedro, ela ia atrás, rs... tadinha da minha mãe, ficou descabelada, maluquinha com a chegada do neto. Pagou um mico dakeles tipo king kong, fizeram um exame no Pedro, cujo deixava o pezinho da criança azul. E era hora do banho, a enfermeira tirou a roupa dele e minha mãe do outro lado do vidro, ao ver o pé azul do neném, começou a gritar: - não pode ser! Meu Deus, meu neto nasceu com defeito! Nasceu com o pé roxo, olha... de azul, ela estava enxergando roxo, de tão nervosa que estava, quase desmaiou. As enfermeiras correram pra saber pq ela gritava tanto e chorava, ai acalmaram minha mãe dizendo que akilo ali era um exame e não um defeito, como ela mesmo disse.
Enfim, o nascimento do Pedro me fez crescer de uma forma tão rápida. Aprendi várias coisas com ele, com a ajuda da minha mãe. Apesar de não ter sido planejado, foi muito bem aceito na família. Todos o paparicavam. Meu quarto de filha rebelde roqueira, passou a ter brinquedos de criança, roupinhas e fraldas de todos os tamanhos num estoque. Várias noites sem dormir, olhando pra ele, amamentando, trocando fraldas, chorando sozinha com ele no colo. Afinal, era uma nova experiência. Estava preocupada com o meu futuro e o dele tb.
Graças a Deus, meu filho está ai, hj com 11 anos, me dá trabalho,rs. Mas o amo, e o menino arteiro está crescendo a cada dia que passa, fazendo dos meus dias ruins os mais belos por ter sua companhia. E dos meus dias bons, inesquecíveis. A cada sorriso, a cada choro, defendo e ensino cada vez mais. Pq amor de mãe é eterno. Mãe que é mãe nunca abandona seu filho, por pior que seja a luta. Ela sempre terá a proteção em vista, sempre.
Esse texto foi produzido simplesmente pelo fato do personagem principal ter ido a uma festinha sozinho. Uma espécie de festa americana, como era no meu tempo. E não pára por ai... Pedro continua crescendo...
É uma história muito bonita ainda bem que tudo correu bem com você e seu filho.
ResponderExcluirDepois de tanta dor no final vem o alivio.
Cumprimentos